Análise (review) do headphone Meze 99 Classics (Imagem: Vitor Valeri/Hi-Fi Hub)
O Meze 99 Classics foi o primeiro fone desenvolvido inteiramente pela fabricante romena. Recentemente, o modelo ganhou sua segunda geração, conforme foi noticiado pelo Hi-Fi Hub. Conforme falo nesta análise, o 99 Classics é um headphone over-ear fechado (closed-back) que achei muito confortável com uma sonoridade que destaca a presença dos graves. Confira a minha opinião sobre se realmente vale a pena comprá-lo.
O Meze 99 Classics tem uma construção e design que me deixou impressionado. Seu arco é feito em metal enquanto suas ear cups (conchas) são confeccionadas em madeira verdadeira. Além disso, há uma peça dourada nas laterais com a logo da empresa que dá um charme interessante ao produto.

O design para apoiar o fone na cabeça me conquistou, pois não senti pressão alguma no topo, um problema comum em outros fones de ouvido. Mesmo após ouvir músicas com o 99 Classics por 2 horas ou mais, não senti desconforto algum vindo da headband (arco).
Acredito que o conforto do 99 Classics se deve ao sistema de ajuste feito pela faixa de couro vegano que distribui bem o peso do fone na cabeça, que você pode conferir abaixo no vídeo que fiz do fone.
Outro ponto que acho importante mencionar, é o comprimento do cabo sem microfone, que possui 3 metros. Durante o uso do fone, tive que desembolar ele diversas vezes, pois formava uma massa de fios. Mesmo enrolando adequadamente, o comportamento do cabo foi voltar à posição inicial, ficando desorganizado na mesa.

O grande problema que observei neste fone foi nas ear pads (“almofadas”). Segundo a Meze, o 99 Classics utiliza espuma de densidade média e couro vegano macio. Entretanto, a minha experiência acabou sendo frustrante, pois as almofadas não conseguiram proporcionar o selo adequado quando vesti o fone. Isso ficou evidente para mim quando pressionei as conchas contra o meu rosto e percebi um aumento considerável na reprodução dos graves.
Caso não saiba, a reprodução das frequências mais baixas do espectro do som em fones de ouvido depende muito do selo adequado, que é a vedação completa no entorno da orelha no caso de um fone do tipo over-ear como o 99 Classics. Quando há algum “vazamento” de som, a “força” dos graves é perdida, deixando o som sem “massa”, “textura” e “extensão”.
No meu caso, senti que a ear pad não vedou a região abaixo da orelha, logo atrás do maxilar. Talvez se o diâmetro da almofada fosse menor ou um pouco maior, a falta de selo não ocorreria. Outra hipótese que tenho é relacionado à densidade da espuma, que também pode influenciar nesse quesito.

Ainda sobre as “almofadas”, quero chamar a atenção para o uso de couro vegano, que acabou fazendo com que minhas orelhas esquentassem muito após algum tempo de uso. Se elas fossem perfuradas como outros modelos, esse problema poderia ser menor.
O isolamento dos sons do Meze 99 Classics é mediano em minha opinião. Ainda consigo ouvir alguns sons como, por exemplo, o do ar-condicionado de meu escritório. Acredito que a capacidade de atenuação dos ruídos do ambiente pode ser melhorada com a utilização de “almofadas” que consigam proporcionar uma vedação melhor ao vestir o fone de ouvido.
A sonoridade do Meze 99 Classics é voltada para os graves. O foco deste fone é trazer uma percepção grande de preenchimento, de massa. Pessoalmente, acho que isso tira a naturalidade dos médios e agudos, deixando o som “apagado”.
Os médio graves são pronunciados no 99 Classics e são eles que dão a sensação de massa, volume na reprodução de música que possuem uma certa atividade nas frequências baixas.
Em certos álbuns, essa apresentação com o focada em preencher todo o palco sonoro com graves pode ser interessante, por trazer a sensação de envolvência, mas há momentos em que essa característica se torna cansativa. Isso fez com que eu abaixasse o volume várias vezes para que fosse possível ouvir músicas por mais tempo.

A situação na reprodução dos graves piorou ainda mais quando tentei pressionar as conchas (ear cups) do fone, já que eu sentia que não estava havendo um isolamento adequado dos barulhos do ambiente. Ao fazer isso, senti que ocorreu um ganho de textura e massa considerável, trazendo mais definição para o som.
Ao analisar os médios do 99 Classics, achei que eles compõem bem no conjunto, apresentando uma boa transição para os agudos e para os graves. Entretanto, acho que melhoraria a performance se os médio graves fossem mais controlados e contidos.

Já nos agudos, o 99 Classics não incomoda, mas tambem não apresenta um brilho que considero “saudável”. A região das frequências altas costuma trazer a sensação de detalhamento e de espacialidade e infelizmente não houve um bom trabalho nessa área.
Observei que o palco sonoro é mediano, mostrando uma separação de instrumentos aceitável. Confesso que essa característica não ganhou tanta relevância para mim após passar um bom tempo ouvindo o fone.
O Meze 99 Classics é um fone extremamente confortável com qualidade de construção excelente, mas que acabou pecando na vedação correta para possibilitar a reprodução correta dos graves. Isso fez com que houvesse grande perda no volume, na extensão e textura na região das frequências baixas.
Considerando a audição de gêneros musicais variados, eu não acho que o 99 Classics vá agradar qualquer pessoa que pretenda ter somente ele para escutar música. Devido à grande ênfase nos médio graves, pode haver uma rápida fadiga auditiva.
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